segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Novidades do Congresso Europeu de Cardiologia 2012


Durante o Congresso Europeu de Cardiologia 2012, realizado recentemente em Munique, a tomografia das coronárias ocupou papel de destaque ao protagonizar duas importantes apresentações. O estudo CorE 320, avaliando a técnica da angiografia coronária e perfusão miocáridca, ambas obtidas pelo tomógrafo de 320 colunas de detectores, e o estudo DeFacto, avaliando a técnica de FFR por tomografia, trouxeram boas perspectivas na área, e que serão brevemente comentadas.



Tomógrafo com 320 colunas de detectores

Uma das grandes vantagens do tomógrafo com 320 colunas detectores, além de uma aquisição ultra-rápida da anatomia das artérias coronárias (cerca de 0,5 segundos!!!) com baixíssima dose de radiação e pouco volume de contraste, é a possibilidade de avaliação da perfusão miocárdica por tomografia, usando como estressor vasodilatadores com protocolos de infusão semelhantes ao do SPECT e ressonância cardíaca. Para avaliar a acurácia diagnóstica da tomografia com 320 colunas de detectores, por meio da informação anatômica e de perfusão miocárdica, para detecção de estenoses coronárias significativas é que se desenvolveu este estudo multicêntrico internacional.

Para melhor entendimento, veja na animação abaixo.






Estudo CorE 320


Objetivos: Avaliar a acurácia diagnóstica da anatomia coronária associada à perfusão miocárdica, ambas adquiridas pela tomografia, no diagnóstico de doença arterial coronariana (DAC) em comparação à angiografia invasiva (CATE) associada à cintilografia de perfusão miocárdica (SPECT). Além disso, avaliar a capacidade da TC 320 em predizer a necessidade de revascularização miocárdica em comparação ao padrão-ouro Cate + SPECT.
Métodos: Estudo prospectivo, randomizado, internacional, multicêntrico, que incluiu 381 pacientes de 16 centros, sendo que o Brasil foi o principal centro de inclusão (Incor e Hospital Albert Einstein).

Resultados: A prevalência de DAC obstrutiva definida pelo CATE + SPECT foi de 38%. A acurácia diagnóstica da angioTC associada à perfusão pela TC para detecção de lesões significativas ≥ 50 e ≥ 70% foi de 0,87 (IC 95% 0,83 – 0,91), e 0,89 (IC 95% 0,86 – 0,93), sendo o CATE o padrão ouro. A perfusão através da TC aumentou a acurácia diagnóstica da angioTC isolada (AUC 0,87; IC 95% 0,83 – 0,91 vs 0,81 IC 95% 0,77 – 0,86, respectivamente, p<0,001). A combinação da perfusão através da TC e da angioTC isolada tiveram um poder diagnóstico similar à angiografia + cintilografia em identificar revascularizações em 30 dias.

Conclusão e Perspectivas:
·         a avaliação combinada da anatomia coronária e da perfusão miocárdica, ambas pela tomografia, foi capaz de detectar estenoses significativas definidas pelo CATE + SPECT;
·         a avaliação combinada da anatomia coronária e da perfusão miocárdica , ambas pela tomografia, teve desempenho similar ao CATE + SPECT na predição de revascularização miocárdica nesta população.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Estudo ACRIN-PA: AngioTC de coronárias na sala de urgência


Complementando o último post, foi publicado recentemente no New England Journal of Medicine mais um estudo avaliando a utilização da angiotomografia de coronárias na avaliação de pacientes com dor torácica de baixo risco nas unidades de emergência. Trata-se de um estudo multicêntrico e randomizado comparando a abordagem destes pacientes com a tomografia e com a estratégia usual utilizando testes de isquemia.

 Assim como o estudo ROMICAT II apresentando no ACC 2012, o presente estudo ACRIN-PA 4002 mostra que a utilização da angioTC neste grupo de pacientes é segura, não sendo encontrados eventos cardiovasculares nos pacientes que não demonstraram estenose >50% pela TC. Além disso, a utilização da tomografia proporcionou alta mais precoce e menor tempo de internação quando comparada à abordagem tradicional, sem custos adicionais (sem diferença estatística).

Lembrando que a indicação da angioTC em pacientes com suspeita de Síndrome coronária aguda de baixo-ntrmediário risco já é classe IIa nivel de evidencia b pelas diretrizes do AHA/ACC de Síndrome Coronária aguda sem supra de 2007, temos nos últimos meses mais publicações de peso, com boa evidênia científica comprovando o valor do método neste grupo de pacientes.

quarta-feira, 28 de março de 2012

AngioTC de coronárias na Dor torácica aguda!!!!

Neste semana tivemos acesso a dois importantes trabalhos avaliando a angiotomografia de coronárias na avaliação da dor torácica aguda de baixo risco. O primeiro foi o estudo ROMICAT II, apresentando ontem no congresso da ACC. O segundo foi o estudo ACRIN-PA  também apresentando no ACC e publicado esta semana no New England Journal of Medicine. Ambos os estudos avaliam a utilização da AngioTC de coronárias versus a abordagem padrão para avaliação de pacientes com suspeita de SCA de baixo risco. 


Os estudos demonstraram que a angioTC reduziu o tempo de internação hospitalar e no pronto-socorro, aumentando a eficiência no diagnóstico sem aumento de custo total.


Abaixo segue o resumo do estudo ROMICAT II apresentando no ACC (fonte: Cardiosource em Português (http://congresso.cardiol.br/acc12/artigos.asp?Id_noticia=59)


ESTUDO ROMICAT II



INTRODUÇÃO
Dor torácica sugestiva de insuficiência coronária aguda continua sendo uma das queixas mais freqüentes em pacientes na emergência. Nos Estados Unidos, aproximadamente, 6 milhões de pessoas comparecem anualmente aos serviços de emergência com queixa de dor torácica. Apesar de muito comum, somente uma pequena parte deles apresenta doença coronária aguda ou outro problema cardíaco significativo, levando a um grande volume de internações desnecessárias. Segundo as rotinas atuais de tratamento, esses pacientes são observados no hospital por um ou dois dias quando se submetem a uma série de exames, incluindo testes para pesquisa de isquemia miocárdica. Apesar de cautelosamente avaliados, alguns pacientes ainda recebem alta hospitalar com insuficiência coronária aguda, apresentando eventos cardíacos na evolução. O uso da angiotomografia coronária pode abreviar a internação hospitalar ao excluir rápida e diretamente a presença de placas ateroscleróticas na circulação coronária e aumentar a acurácia diagnóstica. O objetivo do estudo ROMICAT II (Rule Out Myocardial Ischemia/Infarction Using Computer Assisted Tomography) foi avaliar se uma abordagem por meio da angiotomografia coronária em pacientes com dor torácica sugestiva de síndrome coronária aguda nos serviços de emergência poderia ser superior à avaliação tradicional ao reduzir a permanência dos pacientes na emergência e os custos hospitalares.
MÉTODOS
O estudo ROMICAT II incluiu pacientes entre 40 e 75 anos de idade com dor torácica ou equivalente clínico com duração de mais de 5 minutos nas 24 horas anteriores à apresentação hospitalar, porém, sem alterações eletrocardiográficas ou elevação de marcadores de necrose miocárdica. Esses pacientes de baixo ou moderado risco foram randomizados para avaliação por angiotomografia coronária ou por procedimentos padrão na emergência, incluindo a realização de eletrocardiogramas e coleta de marcadores seriada, além de teste de isquemia miocárdica. O desfecho primário do estudo foi o tempo de permanência hospitalar. As metas secundárias de eficácia foram eventos adversos cardíacos aos 28 dias, SCA não-diagnosticada depois de 72 horas da alta hospitalar, e complicações periprocedimento. Metas secundárias de eficácia incluíram tempo até o diagnóstico, alta hospitalar direta do serviço de emergência, custos da internação e exposição cumulativa à radiação.
RESULTADOS
O estudo ROMICAT II incluiu 1000 pacientes com idade média de 54 anos. Cerca de 46% deles era do sexo feminino e a principal queixa foi de dor torácica (89%). O tempo de permanência no hospital foi significativamente menor nos pacientes estratificados por tomografia (23,2 ± 37,0 horas vs. 30,8 ± 28,0 horas; P=0,0002) (Fig. 1). O tempo até a exclusão do diagnóstico de SCA também foi menor no grupo submetido a angiotomografia (17,2 ± 24,6 horas vs. 27,2 ± 19,5 horas; P<0,0001). O tempo até o diagnóstico de SCA foi igual entre os grupos.
Em relação às metas de segurança, não houve qualquer diferença entre os grupos, inclusive em eventos adversos ocorridos em 28 dias (0,4% no grupo angiotomografia e 1,0% no grupo de abordagem tradicional; P=0,37).
No grupo estratificado por angiotomografia houve um aumento significativo dos pacientes que receberam alta hospitalar diretamente da emergência (46,7% vs. 12,4%; P=0,001). O uso de testes diagnósticos foi maior no grupo tradicional, mas, os pacientes submetidos a angiotomografia também realizaram mais angioplastias.
Apesar do custo mais elevado associado à realização de angiotomografia, os custos globais foram muito similares entre os dois grupos (4,004 ± 6,907 vs. 3,828 ± 5,289; P =0,72).
CONCLUSÃO e PERSPECTIVAS
Em pacientes com dor torácica sugestiva de SCA, a utilização de uma estratégia de avaliação que incorpora a angiotomografia precoce é capaz de reduzir a permanência hospitalar e o tempo até o diagnóstico, aumentando as taxas de alta diretamente da emergência sem perda diagnóstica e sem aumento do custo comparado à abordagem tradicional


quinta-feira, 15 de março de 2012

CE-MARC - Ressonância vs. SPECTvs. Cate

No início do ano foi publicado na revista LANCET o artigo Cardiovascular magnetic resonance and single-photon emission computed tomography for diagnosis of coronary heart disease (CE-MARC): A prospective trial. Lancet 2011;6736(11)61335-4


Trata-se de um importante estudo prospectivo avaliando a acurácia da ressonância magnética para o diagnóstico de estenose coronária significativa detectada pelo cateterismo cardíaco e a sua comparação com o SPECT. Trata-se do maior estudo prospectivo envolvendo os 2 métodos numa população de risco intermediário e seus resultados repercutiram fortemente nos congressos deste início de ano, e não deverá ser diferente no ACC 2012, em Chicago.


Neste estudo, verificou-se a maior acurácia diagnóstica da RM em relação ao SPECT para detecção de estenose > 70% pelo cateterismo, com área sob a curva ROC de 0,89 (IC 95% 0,86 - 0,91) versus 0,74 (IC 95% 0,70 - 0,78), p<0,001. Resultado semelhante foi obtido para o diagnóstico de estenoses > 50% : AUC de 0,84 (IC 95% 0,81 - 0,87) para a ressonância versus 0,65 (IC 95% 0,65 - 0,73) para o SPECT, p<0,001. Tal diferença na acurácia se deveu especiamente pela maior sensibilidade da RM (86,5% para a RM vs. 66,5% para o SPECT), muito em virtude de sua maior resolução espacial.


Este estudo, publicado em uma rvista de alto impacto, reforça o valor da Ressonância Magnética para a detecção de isquemia. Sua alta capacidade diagnóstica, somada ao valor prognóstico fornecido pelo realce tardio (comprovado por diversos estudos), colocam o método como excelente ferramenta para investigação e avaliação da cardiopatia isquêmica. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Angiotomografia de coronárias: Cobertura obrigatória pelos convênios!


No entanto, para a liberação pelos planos de saúde, é muito importante que alguns pre-requisitos sejam obedecidos:

  • Os tomógrafos dever ter 64 colunas de detectores ou mais
  • A indicação deve estar escrita de forma clara, devendo o paciente ser sintomático.
  • Avaliação de coronárias anômalas 
  • OBS: Não são necessário testes de isquemia prévios!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Angiotomografia de coronárias: Perguntas e respostas!

1)    O que é angiotomografia de coronárias? Que imagens são realizadas no exame?
A angiotomografia de coronárias nada mais é que um exame de tomografia adquirido de tal forma a possibilitar a visualização não invasiva das paredes e da luz das artérias coronárias. Com ela é possível a avaliação das placas ateroscleróticas e a detecção de obstrução nas artérias coronárias. Como todo exame de tomografia, utiliza-se uma fonte de raios X que gira em grande velocidade ao redor do paciente, produzindo várias radiografias que posteriormente são processadas por um computador, resultando em imagem bi e tridimensionais do coração e seus vasos. É importante lembrar que apenas aparelhos de tecnologia avançada (tomógrafos multislice com 64 colunas de detectores ou mais) conseguem realizar o exame com qualidade satisfatória, pois possibilitam a visualização detalhada das coronárias e das placas ateroscleróticas de maneira muito próxima ao cateterismo.

2)    Qual a importância do exame? A quem vai beneficiar?
Antes, a única maneira possível de se avaliar a anatomia das artérias do coração de maneira satisfatória era de maneira invasiva por meio do cateterismo cardíaco. Com o desenvolvimento da angiotomografia, agora podemos identificar e também excluir de maneira confiável a presença de lesões coronárias obstrutivas de forma não invasiva. Além disso, também é possível caracterizar a placa aterosclerótica, mesmo aquelas que não causam obstrução da luz. Vários estudos mostram que as informações da presença de isquemia miocárdica e de placas obstrutivas e não obstrutivas nas coronárias são independentes e complementares na avaliação do risco cardíaco. A cardiologia caminha para que a angiotomografia seja utilizada mais frequentemente para o diagnóstico ou exclusão das obstruções nas coronárias, deixando o cateterismo reservado para das intervenções (angioplastias e colocação de stents).

3)    Para quem está indicada a angiotomografia coronariana?
A indicação mais comum da angiotomografia é para os pacientes com sintomas característicos ou sugestivos de angina e que se enquadram na categoria de risco intermediário. O exame também se aplica naqueles pacientes que tiveram algum teste de isquemia duvidoso ou com resultado conflitante com a suspeita clínica. Outras indicações usuais são na suspeita de anomalias congênitas de coronárias ou na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca de início recente, na qual se quer descartar a presença de doença coronária.

4)    Quem não deve fazer a angiotomografia coronariana?
O exame não está indicado nos pacientes classificados nos extremos da classificação de risco. Aqueles com angina de alto risco devem, a princípio, ser submetidos diretamente ao cateterismo, pois a chance de haver uma obstrução passível de intervenção é muito alta. Já nos pacientes assintomáticos de baixo risco, não há nenhum estudo que prove utilidade da angiotomografia de coronárias. Também merecem especial atenção, e na maioria das vezes o exame é realmente contraindicado, nos pacientes com insuficiência renal avançada (mas que ainda não estão em diálise) e nos indivíduos com alergia comprovada ao contraste iodado. Nos assintomáticos de risco intermediário reserva-se a tomografia para avaliação do escore de cálcio, que serve para detecção de placas calcificadas (não utiliza contraste) e dá informações não sobre a presença de obstruções, mas sim sobre o risco de infarto no futuro (como se fosse o colesterol da imagem).

5)    Há risco na realização do exame?
Trata-se de um exame de baixíssimo risco. Como há a necessidade de infusão de contraste endovenoso, existe a chance de reações alérgicas. No entanto, esta possibilidade é bastante pequena quando se utiliza o contraste iodado não-iônico (o mais recomendado) e quando se realiza uma criteriosa triagem para identificar aquelas pessoas com antecedentes de reação alérgica prévia. Além disso, o serviço deve estar preparado para o atendimento de reações adversas. Também aconselhamos o uso criterioso e monitorização da função renal nos pacientes com insuficiência renal. Vale à pena mencionar que trata-se de um exame que utiliza radiação em níveis atualmente semelhantes aos da cintilografia miocárdica, e a realização repetida destes exames deve ser realizada com parcimônia sobretudo em pacientes jovens. Em resumo, trata-se de um exame não invasivo extremamente seguro, com taxa de complicações muito baixa.

6)    Angiotomografia coronariana veio para complementar os exames cardiovasculares ou substitui algum deles?
A função de todo exame diagnóstico é complementar uma avaliação ou suspeita clínica. Portanto, a indicação correta do exame é fundamental para que ele ajude o médico a tratar e conduzir melhor o seu paciente. Dependendo da situação, a angiotomografia pode sim evitar o cateterismo ou outros exames diagnósticos desnecessários, como mostram vários estudos recentemente publicados. Em outras situações, a angiotomografia complementa a informação obtida pelos exames que pesquisam isquemia, como o teste de esforço e a cintilografia, contribuindo para a classificação do indivíduo em um risco maior ou menor e auxiliando na decisão entre um tratamento medicamentoso, percutâneo (angioplastia) ou cirúrgico. E, como já dito anteriormente, existem situações em que o exame não tem indicação, como pacientes com dor no peito de alto risco. Portanto, o valor de qualquer exame está intimamente ligado a sua correta indicação.

7)    Como é realizada a angiotomografia coronariana?
Para o paciente o exame é rápido e bastante confortável e seguro. Da entrada na sala do aparelho até o término do exame leva-se de 10 a 15 minutos. Na verdade, a aquisição das imagens principais demora de cerca de 8 segundos apenas. Porém, aqui no CDI, geralmente pedimos ao paciente que chegue com 1 hora de antecedência para realizarmos uma entrevista e explicarmos os passos do exame.
Para a pesquisa apenas do escore de cálcio, não é necessária nenhuma medicação ou contraste. Para a realização da angiotomografia coronária (visualização da luz das coronárias), a utilização do contraste iodado é obrigatória. O contraste é o mesmo utilizado no cateterismo, porém infundido por uma veia periférica (no antebraço) e não na artéria Caso não haja nenhuma contra-indicação, é fornecido ½ (meio) comprimido de Isordil ® sublingual (para dilatar as artérias) e, caso a freqüência cardíaca esteja elevada, é administrado um medicamento endovenoso (tartarato de metoprolol) para, dentro da normalidade e de maneira temporária, lentificar os batimentos cardíacos. Ambos os medicamentos são extremamente seguros e administrados somente na ausência de contraindicações. Logo após o exame, o paciente pode exercer suas atividades cotidianas normalmente.

8)    Por que demorou a ter cobertura nos planos de saúde?
Todo avanço tecnológico, não apenas na área da saúde, necessita de um processo de amadurecimento antes de ser empregado em larga escala. Além disso, muitos de seus benefícios (ou malefícios), assim como análises de custo-efetividade, só são perceptíveis após alguns anos do início de sua utilização. Se considerarmos que a tecnologia em tomografia alcançou seu amadurecimento satisfatório para a realização de exames das coronárias há cerca de 5 anos, veremos que o processo de aprovação veio em boa hora. Participei ativamente do processo de inclusão da angiotomografia no ROL de procedimentos com cobertura obrigatória pelos convênios (desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde – ANS) e posso dizer que 3 fatores foram fundamentais para o resultado final: a alta demanda da população pelo exame, a demanda dos médicos clínicos pelo exame e os dados da literatura médica que comprovam que este método tem muito a contribuir na prática cardiológica.
No entanto, é muito importante que se saiba que apenas os exames realizados em aparelhos com 64 colunas de detectores ou mais serão cobertos pelos convênios. Além disso, deve-se exigir que os serviços diagnósticos tenham profissionais médicos que possuam treinamento específico em centro reconhecido de pelo menos 2 anos na aquisição e laudo de angiotomografia de coronárias. Isso é fundamental para a utilização segura do exame na prática clínica.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ressonância Cardíaca: versatilidade e valor prognóstico!

Uma das grandes vantagens da ressonância cardíaca é a possibilidade de se obter, em um único exame, informações relacionadas à função, volumes e massa ventricular, perfusão miocárdica e presença de fibrose/viabilidade. Vários estudos, utilizando diferentes métodos de imagem, mostraram que todas essas informações separadamente possuem valor prognóstico comprovado em pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de DAC.
Entretanto, recente estudo publicado no Circulation comprova que estas informações acessadas pela ressonância cardíaca em um único exame possuem valor prognóstico independente e complementar em pacientes com suspeita de DAC. Vale a pena conferir!